domingo, 4 de março de 2012





A Grécia Antiga
Gabarito do Trabalho

1. Relacione o meio físico à formação da Grécia Antiga e o desenvolvimento do comércio entre os gregos antigos.
        A Grécia Antiga ocupava territórios no sul da península  Balcânica, nas ilhas do mar Egeu e na costa da Ásia Menor. O litoral recortado e a existência de bons portos conduziram os gregos à navegação e ao comércio marítimo.

2. Costuma-se dividir a história da Grécia em vários períodos. Caracterize esses períodos:
      Pré-homérico (séculos XX a XII a.C.), marcada pela chegada de diferentes povos indo-europeus ao Mar Egeu, incluindo a península Balcânica. Esses povos deram origem a Grécia Antiga; Homérico (séculos XII a VIII a.C.), caracterizado pela vida em comunidades chamados genos; Arcaico (séculos VIII a VI a. C.), em que ocorreu a dissolução dos genos e a formação das cidades-Estado (polis); Clássico (séculos V e IV a.C.), período de maior poder da sociedade grega antiga, marcada pela intensa produção cultural e por vário conflitos entre as cidades locais em busca da hegemonia; Helenístico (séculos IV a II a.C.), fase em que a Grécia Antiga foi dominada pelos macedônios, que formaram um extenso império. Nesse período, a cultura dos gregos antigos entrou em contato com os costumes do Oriente.

3. Indique as fontes do historiador para os estudos sobre a civilização minoica:
     A arqueologia é a principal fonte dos historiadores para o conhecimento da civilização minoica, pois os sistemas de escrita  cretense ainda não foram decifrados.

4. Identifique as estruturas de poder entre os micênios:
        Não havia unidade política entre os micênios, e sim reinos independentes cujos governantes se dedicavam às guerras. Prova dessa atividade guerreira aparece no poema épico atribuído a Homero, a Ilíada.

5. Explique:
a) a Segunda Diáspora Grega: e  
     Por volta do século VIII a.C,, o crescimento populacional dos gregos, o espaço físico limitado e com poucos recursos e a propriedade da terra concentrada nas mãos de poucos levaram a grandes mudanças na Grécia. O controle da terra pela aristocracia gerou grande insatisfação. Aqueles que possuíam apenas lotes minúsculos, com os quais não eram capazes de sustentar suas famílias, lançaram-se em novas ondas de migração do continente para as ilhas e mesmo para além do mar Egeu. Teve início a colonização grega do Mediterrâneo, movimento que ficou conhecido como a segunda diáspora grega.
b) a formação das cidades estado.
       A posse da terra, que na fase de organização dos genos era coletiva, concentrou-se nas mãos dos parentes mais próximos do pater. Surgiu, aos poucos, uma aristocracia rural detentora da propriedade das terras mais férteis, deixando as menos produtivas para serem divididas e apropridas pelo restante da população na forma de pequenos lotes.Essa diferenciação social teve importância decisiva na união dos demos para formar a pólis, a cidade-estado grega. Temendo a revolta dos grupos que foram prejudicados por essa partilha desigual, as aristocracias de demos vizinhos se aliaram, levando à formação da pólis. Essas disputas por terras e por novas áreas de produção, provocaram a união dos genos com interesses comuns, originando as chamadas fratrias.  A união dessas fratrias, por sua vez, provocou a formação de tribos e, posteriormente, das cidades estado.

6. Escreva um pequeno texto abordando a evolução política da cidade-estado de Atenas.
       Inicialmente, o governo esteve nas mãos da oligarquia: um conselho de grandes proprietários rurais governava  a cidade. O desenvolvimento comercial e a formação de um novo elemento social - as camadas dos mercadores  enriquecidos - trouxeram instabilidade. Esses grupos serão a base de sustentação das lutas sociais pelo fim do monopólio político da aristocracia, resultando em diversas reformas política, durante os séculos VII e VI a. C., que deram origem democracia , no final do século VI a. C. A pressão das novas forças sociais abalou as instituições atenienses. Nem mesmo  a ação dos grandes legisladores impediu  quebra da ordem institucional. Assim, Drácon, em 621 a.C,, publicou um primeiro código de leis. Alguns legisladores, como Sólon, fizeram mudanças liberalizantes, protegendo as camadas mais pobres da população da escravidão por dívidas, libertando os pequenos proprietários. A cidade experimentou depois a forma de governo conhecida como tirania. Com a construção de uma poderosa armada e o aumento do poder militar dos pobres como marinheiros da armada, implantou-se a democracia, a cidadania foi concedida mesmo aos mais pobres e garantiu-se a participação de todos os cidadãos no governo da pólis. O dirigente, com poderes ilimitados, afastava pela força os setores dominantes tradicionais, mas assegurava uma base de sustentação ao atender a algumas reivindicações populares. Os três tiranos da história de Atenas nesse período foram Pisístrato e seus filhos Hípias e Hiparco, que governaram de 561 a.c. a 510 a.c. Pisístrato confiscou terras dos eupátridas e as distribuiu aos camponeses, realizou grandes obras públicas, como aquedutos, ocupando mão de obra ociosa. Uma reação dos eupatridas restaurou o governo da oligarquia. Em 506 a.c. chegou ao poder Clístenes, considerado o pai da democracia grega, que promoveu reformas nas instituições políticas que garantiram a instituição da democracia. Clistenes reorganizou a população das cidades em dez tribos, cada qual subdividida em unidades menores os demos, daí o nome democracia. Neles os cidadãos eram reconhecidos como iguais perante as leis, que derivavam de sua vontade.

07.  Sintetize a sociedade ateniense.
      Na sociedade ateniense havia: os eupátridas (grandes proprietários rurais); os georgóis ( donos de pequenas e medias propriedades rurais); os demiurgos (comerciantes e artesãos e pequenos proprietários), que constituíam a população livre,  com direitos políticos; os metecos (estrangeiros, em geral comerciantes), que não possuíam direitos políticos; e os escravos (grande parte da população).

08.  Quem poderia ser considerado cidadão em Atenas?
       Para ser considerado cidadão, era preciso ser do sexo masculino, ateniense e livre.

09. Qual o principal diferença na formação das sociedades de Atenas e de Esparta?
       O principal traço distintivo entre Esparta  e Atenas é que, durante o período de formação dos demos, a aristocracia Espartana consolidou-se como um grupo social mais amplo, incluindo os médios e até mesmo os pequenos proprietários rurais. Os espartanos se utilizaram o laconismo e da xenofobia para reforçar o status quo e evitar mudanças preservando os privilégios da elite militar, que controlava as terras férteis, consideradas propriedades estatais. No caso de Atenas, o desenvolvimento comercial e a formação de um novo elemento social - as camadas dos mercadores  enriquecidos - trouxeram instabilidade. Esses grupos serão a base de sustentação das lutas sociais pelo fim do monopólio político da aristocracia, resultando em diversas reformas política, durante os séculos VII e VI a. C., que deram origem democracia , no final do século VI a. C. A pressão das novas forças sociais abalou as instituições atenienses.


10. Como era composta a sociedade na cidade-estado de Esparta?
    A sociedade espartana era composta de: esparciatas (os cidadãos, descendentes dos conquistadores dórios): periecos (homens livres, mas sem direitos políticos); e hilotas (escravos que pertenciam ao Estado).

11. Como eram educados os cidadãos de Esparta?
      Os cidadãos espartanos eram educados para a guerra. A preparação militar dos meninos começava aos sete anos de idade e se completava aos 18 anos. A partir daí, eles ingressavam no exército espartano. Aos trinta anos, podiam participar da vida política da cidade.

12. Como os gregos conseguiram derrotar os persas?
       Em 480 a.C. sob a liderança de Xerxes, sucessor de Dario I, os persas invadiram a Grécia por terra e por mar, com um contingente muito maior. A vitória grega só foi possível graças à ação conjunta das cidades-estado, que haviam formado a Liga Pan-helênica. Esparta comandou as forças terrestres, retardando o avanço persa no desfiladeiro das Termopilas. Com a união das forças militares das cidades-estado para lutar contra o inimigo comum, os persas, sob a liderança de Atenas e de Esparta. Atenas foi invadida e incendiada, mas destruiu a frota imperial na Batalha de Salamina. Por fim, os invasores foram definitivamente derrotados em terra, na Batalha de Plateia, em 479 a. C .

13. Qual a importância das Guerras Médicas para a conquista da hegemonia de Atenas na Grécia Antiga?
        As Guerras Médicas foram muito importantes para que Atenas conquistasse a hegemonia no mundo grego. Atenas ganhou grande prestígio com a decisiva participação na vitória sobre os persas. A liderança e o gerenciamento dos recursos da Liga de Delos – criada durante as Guerras Médicas – geraram boas condições para que Atenas intensificasse seu comércio, consolidando-se como potencia marítimo-comercial, estabelecendo a hegemonia na Grécia.
.

14. O que foi o século de Péricles?
     Péricles, que governou Atenas de 443 a 431 a.C., utilizou os recursos da Liga para reconstruir e embelezar a cidade. Ele promoveu a construção de grandes obras públicas - entre elas o magnífico Partenon, na Acrópole - e incentivou a criação artística. Sua intervenção foi tão rica que o período ficou conhecido como século de Péricles

15. Explique a Liga do Peloponeso e a hegemonia de Esparta na Hélade.
       As pólis não envolvidas na Liga de Delos formaram, sob hegemonia de Esparta, a Liga do Peloponeso, para se opor aos atenienses. Em 431 a. C, Esparta e Atenas e seus respectivos aliados entraram em guerra. O conflito, que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso, expôs as feridas da falta de unidade entre as cidades-estado. Durante a guerra, Atenas foi atingida pela peste, que acometeu o próprio Péricles. Após vários anos de combates, Esparta recebeu ajuda dos persas e Atenas foi derrotada. A hegemonia de Esparta se deu após a vitória sobre a Liga de Delos.

16. Como se justifica a tomada da Grécia pelos macedônios?
       As cidades-estado ficaram enfraquecidas com a Guerra do Peloponeso, travada entre a Liga de Delos (liderada por Atenas) e a Liga do Peloponeso (liderada por Esparta), que resultou na desestruturação do mundo helênico. Com isso os macedônios tomaram a Grécia. A partir de 357 a.C,aproveitando-se da fragilidade das cidades-estado, o rei Filipe II envolveu-se nos conflitos políticos da Grécia. Em 338 a.c. as tropas macedônicas, lideradas pelo príncipe Alexandre, venceram os tebanos e os atenienses. Filipe II impôs a formação de uma liga pan-helênica, sob hegemonia da Macedônia.

17. Com base na atuação de Alexandre, o Grande, explique a formação do Helenismo.
     A civilização helenística foi constituída após as conquistas de Alexandre Magno. Com domínios no Oriente, incentivou-se um intercâmbio cultural entre a cultura grega e a dos povos dominados. O resultado desse intercâmbio foi a formação da civilização helenística.

18. Analise a cultura grega como um dos berços da civilização ocidental.
     Apesar da fragmentação política, os gregos desenvolveram uma sólida unidade cultural. Alexandre da Macedônia expandiu essa cultura pelos territórios conquistados, helenizando-os, e os romanos a difundiram por toda a Europa, onde se fez berço da civilização ocidental. Os gregos adotaram uma concepção racional do Universo. Estabeleceram o diálogo entre todos os ramos do conhecimento. Desenvolveram um pensamento racional sobre o ser humano e a natureza e procuraram sistematizar cientificamente as descobertas da vida prática. Além disso, criaram o teatro e desenvolveram formas literárias de arquitetura e de escultura que mais tarde seriam adotadas pelos romanos.

A Grécia Antiga
5. Idade antiga – Grécia

OBJETIVOS
Identificar os períodos da história grega.
Identificar os grupos formadores do povo grego.
Caracterizar o período arcaico, explicando a formação da polis.
Reformas: de Dracon, Sólon, Pisístrato e Clístenes.
Caracterizar o período clássico.
Comparar Atenas e Esparta em seus aspectos políticos, sociais e econômicos.
Caracterizar o tipo de democracia praticada na Grécia Antiga.
Relacionar as guerras com o declínio das cidades-estados.
Identificar as contribuições culturais gregas para o Ocidente (destaques: filosofia, teatro, história, artes plásticas).

Costuma-se dividir a história da Grécia em vários períodos, que se estendem desde o processo de povoamento da Hélade, ate a conquista dos povos locais pelos romanos:
- Pré-homérico (séculos XX a XII a.C.), marcada pela chegada de diferentes povos indo-europeus ao Mar Egeu, incluindo a península Balcânica. Esses povos deram origem a Grécia Antiga;
- Homérico (séculos XII a VIII a.C.), caracterizado pela vida em comunidades chamados genos;
- Arcaico (séculos VIII a VI a. C.), em que ocorreu a dissolução dos genos e a formação das cidades-Estado (polis);
- Clássico (séculos V e IV a.C.), período de maior poder da sociedade grega antiga, marcada pela intensa produção cultural e por vário conflitos entre as cidades locais em busca da hegemonia;
- Helenístico (séculos IV a II a.C.), fase em que a Grécia Antiga foi dominada pelos macedônios, que formaram um extenso império. Nesse período, a cultura dos gregos antigos entrou em contato com os costumes do Oriente.

Formação da Grécia Antiga
A Grécia Antiga ocupava territórios no sul da península  Balcânica, nas ilhas do mar Egeu e na costa da Ásia Menor.
O litoral recortado e a existência de bons portos conduziram os gregos à navegação e ao comércio marítimo.
A civilização minoica
A arqueologia é a principal fonte dos historiadores para o conhecimento da civilização minoica, pois os sistemas de escrita  cretense ainda não foram decifrados. .
Não é possível determinar com exatidão quando surgiu. Os palácios, cujas ruínas foram descobertas e minuciosamente estudadas por arqueólogos e historiadores a partir do final do século XIX, datam de período anterior ao ano 2000 a.c. Minos, do qual deriva o nome dessa civilização, faz referência a uma dinastia ou a um título.

A civilização micênica
Provenientes do norte, os aqueus fixaram-se no Peloponeso, ao sul da península Grega, e estabeleceram inúmeras cidades-estado, entre elas Micenas. Ali surgiu o que seria conhecido como civilização micênica.
Não havia unidade política entre os micênios, e sim reinos independentes cujos governantes se dedicavam às guerras. Prova dessa atividade guerreira aparece no poema épico atribuído a Homero, a Ilíada.
O mais conhecido palácio é o de Micenas, escavado por Heinrich Schliennam na segunda metade do século XIX.


O domínio micênico perdurou até o século XII a.c. Nesse momento, uma nova onda de invasões de tribos indo-europeias, os dórios, chegou à região. Eles ocuparam o Peloponeso, Creta e outras ilhas e destruíram as estruturas de poder desenvolvidas pelos aqueus.
Como resultado, ocorreu um grande deslocamento de grupos humanos da porção continental da Grécia para as ilhas do Egeu e para o litoral da Ásia Menor. Esse movimento ficou conhecido como a primeira diáspora grega. A colonização, realizada pelo mar, resultou na fundação de núcleos autônomos, basicamente dedicados à agricultura.

O período homérico
Com a invasão dos dorios, iniciou-se uma fase em que desapareceram dos registros arqueológicos os sinais de vida urbana e de práticas comerciais regulares. Tudo aponta para o retorno a uma situação de vida rural com produção autossuficiente.
A principal fonte de informação desse período é a tradição oral, fixada em poemas em que os aedos (artistas itinerantes) discursavam sobre o seu cotidiano. Essa tradição oral foi fixada mais tarde nos poemas épicos denominados Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero.
As características geográficas, território montanhoso, somadas à desagregação resultante da invasão dórica, impuseram uma forma de organização social muito simples, baseada na existência de pequenas unidades agrícolas denominadas genos. Portanto, em termos de organização política, no período homérico predominou a comunidade gentílica.
Transformações Sociais
Simultaneamente, ocorreram transformações sociais importantes. A posse da terra, que na fase de organização dos denos era coletiva, concentrou-se nas mãos dos parentes mais próximos do pater. Surgiu, aos poucos, uma aristocracia rural detentora da propriedade das terras mais férteis, deixando as menos produtivas para serem divididas e apropridas pelo restante da população na forma de pequenos lotes.
Essa diferenciação social teve importância decisiva na união dos genos para formar a pólis, a cidade-estado grega. Temendo a revolta dos grupos que foram prejudicados por essa partilha desigual, as aristocracias de demos vizinhos se aliaram, levando à formação da pólis.
A segunda diáspora grega
Por volta do século VIII a.C,, o crescimento populacional dos gregos, o espaço físico limitado e com poucos recursos e a propriedade da terra concentrada nas mãos de poucos levaram a grandes mudanças na Grécia. O controle da terra pela aristocracia gerou grande insatisfação. Aqueles que possuíam apenas lotes minúsculos, com os quais não eram capazes de sustentar suas famílias, lançaram-se em novas ondas de migração do continente para as ilhas e mesmo para além do mar Egeu.
Teve início a colonização grega do Mediterrâneo, movimento que ficou conhecido como a segunda diáspora grega. Assim, o início do surgimento da pólís e o processo de expansão da cultura grega pelo Mediterrâneo marcaram o fim do período homérico e o início do período arcaico.

A Grécia arcaica
Dois fenômenos se destacaram nesta fase da história grega: a colonização e a formação das cidades-estado.
A colonização
Como visto, no século VIII a.c. houve na Grécia uma onda de migrações. Muitos habitantes das cidades-estado, em condições precárias de sobrevivência, rumaram em direção ao Mediterrâneo Ocidental e Oriental, ao mar Negro e à costa da África, onde estabeleceram colônias. Esse impulso migratório perdurou até o século VI a.c.
Os colonos tentavam fugir da concentração da propriedade da terra, do excedente populacional e da falta de solos férteis em seu território.
Os colonos fundavam uma nova cidade, que era independente da metrópole, a cidade-mãe. No entanto, mantinham o dialeto do lugar de origem, assim como seus deuses .
No início, os colonos procuravam se instalar em terras férteis para se dedicarem à agricultura. Mais tarde, surgiram núcleos voltados para o comércio marítimo, que estabeleciam relações mais estreitas com suas respectivas metrópoles.
A colonização transformou a vida econômica das cidades-estado gregas. Estas importavam das colônias trigo, peixe salgado, madeiras para a construção de barcos e minérios. Em contrapartida, as colônias se constituíam em mercado consumidor do vinho e do azeite das metrópoles. Fomentou-se a produção manufatureira para atender à demanda de um mercado em expansão. Foram construídos navios maiores e mais seguros e portos bem localizados.
A formação das cidades estado
Como vimos, as disputas por terras e por novas áreas de produção, provocaram a união dos genos com interesses comuns, originando as chamadas fratrias.  A união dessas fratrias, por sua vez, provocou a formação de tribos e, posteriormente, das cidades estado.

Atenas
A sociedade ateniense.
Na sociedade ateniense havia:
os eupátridas (grandes proprietários rurais);
os georgóis ( donos de pequenas e medias propriedades rurais)
os demiurgos (comerciantes e artesãos e pequenos proprietários), que constituíam a população livre,  com direitos políticos;
os metecos (estrangeiros, em geral comerciantes), que não possuíam direitos políticos;
e os escravos (grande parte da população).
Até as reformas de Sólon, muitos indivíduos eram escravizados por dívidas. Havia também prisioneiros de guerra escravizados.
Para ser considerado cidadão, era preciso ser do sexo masculino, ateniense e livre.
A evolução política da cidade-estado de Atenas.
Inicialmente, o governo esteve nas mãos da oligarquia: um conselho de grandes proprietários rurais governava  a cidade.
O desenvolvimento comercial e a formação de um novo elemento social - as camadas dos mercadores  enriquecidos - trouxeram instabilidade. Esses grupos serão a base de sustentação das lutas sociais pelo fim do monopólio político da aristocracia, resultando em diversas reformas política, durante os séculos VII e VI a. C., que deram origem democracia , no final do século VI a. C.
A pressão das novas forças sociais abalou as instituições atenienses. Nem mesmo  a ação dos grandes legisladores impediu  quebra da ordem institucional. Drácon, em 621 a.C,, publicou um primeiro código de leis.
Alguns legisladores, como Sólon, fizeram mudanças liberalizantes, protegendo as camadas mais pobres da população da escravidão por dívidas, libertando os pequenos proprietários.
A cidade experimentou depois a forma de governo conhecida como tirania.
O dirigente, com poderes ilimitados, afastava pela força os setores dominantes tradicionais, mas assegurava uma base de sustentação ao atender a algumas reivindicações populares.
Os três tiranos da história de Atenas nesse período foram Pisístrato e seus filhos Hípias e Hiparco, que governaram de 561 a.c. a 510 a.c. Pisístrato confiscou terras dos eupátridas e as distribuiu aos camponeses, realizou grandes obras públicas, como aquedutos, ocupando mão de obra ociosa. Uma reação dos eupatridas restaurou o governo da oligarquia.
Em 506 a.c. chegou ao poder Clístenes, considerado o pai da democracia grega, que promoveu reformas nas instituições políticas que garantiram a instituição da democracia. Clistenes reorganizou a população das cidades em dez tribos, cada qual subdividida em unidades menores os demos, daí o nome democracia. Neles os cidadãos eram reconhecidos como iguais perante as leis, que derivavam de sua vontade.
A democracia surgiu para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão.
Esparta
A composição da sociedade na cidade-estado de Esparta.
Localizada na região da Lacônia, na península do Peloponeso, a cidade- estado de Esparta foi fundada, por volta do século IX a. C., por contingentes dórios em seu processo de domínio da civilização micênica.
O principal traço distintivo de Esparta é que, durante o período de formação dos demos, a aristocracia consolidou-se como um grupo social mais amplo, incluindo os médios e até mesmo os pequenos proprietários rurais.
Os espartanos se utilizaram o laconismo e da xenofobia para reforçar o status quo e evitar mudanças preservando os privilégios da elite militar, que controlava as terras férteis, consideradas propriedades estatais.
A sociedade espartana era composta de:
esparciatas (os cidadãos, descendentes dos conquistadores dórios):
periecos (homens livres, mas sem direitos políticos); e
hilotas (escravos que pertenciam ao Estado).
A educação dos cidadãos de Esparta
Os cidadãos espartanos eram educados para a guerra. A preparação militar dos meninos começava aos sete anos de idade e se completava aos 18 anos. A partir daí, eles ingressavam no exército espartano. Aos trinta anos, podiam participar da vida política da cidade.
A época clássica
O século V a.C. foi a época de ouro da civilização grega, graças às grandes realizações nos campos das letras, da filosofia, das artes e das ciências.
Ficou também marcado pelas guerras greco-pérsicas, pela Guerra do Peloponeso e, no século seguinte, pelo domínio macedônio.
O primeiro grande desafio foram as guerras greco-pérsicas (Guerras Médicas ou Medo-persas), que terminaram com a derrota do império asiático.
Entre os domínios do imperador persa Dario I estavam as cidades gregas da Jônia, na Ásia Menor, na atual Turquia. Em 499 a.C. elas se revoltaram, com o apoio de Atenas, mas foram vencidas. Para castigar os atenienses, em 490 a.C, os persas enviaram uma expedição militar,  que desembarcou na baía de Maratona, não muito longe de Atenas.
Apesar da inferioridade numérica, os atenienses derrotaram os persas na Batalha de Maratona.
Em 480 a.C. sob a liderança de Xerxes, sucessor de Dario I, os persas invadiram a Grécia por terra e por mar, com um contingente muito maior. A vitória grega só foi possível graças à ação conjunta das cidades-estado, que haviam formado a Liga Pan-helênica.
Esparta comandou as forças terrestres, retardando o avanço persa no desfiladeiro das Termopilas. Com a união das forças militares das cidades-estado para lutar contra o inimigo comum, os persas, sob a liderança de Atenas e de Esparta. Atenas foi invadida e incendiada, mas destruiu a frota imperial na Batalha de Salamina. Por fim, os invasores foram definitivamente derrotados em terra, na Batalha de Plateia, em 479 a. C .
Hegemonia ateniense
As Guerras Médicas foram muito importantes para que Atenas conquistasse a hegemonia no mundo grego. Atenas ganhou grande prestígio com a decisiva participação na vitória sobre os persas. A liderança e o gerenciamento dos recursos da Liga de Delos – criada durante as Guerras Médicas – geraram boas condições para que Atenas intensificasse seu comércio, consolidando-se como potencia marítimo-comercial, estabelecendo a hegemonia na Grécia.
Em 476 a.C, a maioria das cidades-estado do mar Egeu se agrupou em uma confederação, a Liga de Delos. Essa aliança previa o fornecimento, pelas cidades associadas, de dinheiro, soldados e navios, com o objetivo de enfrentar novas ameaças externas.
A Liga ficou sob a hegemonia de Atenas, a mais poderosa das cidades marítimas. Péricles, que governou Atenas de 443 a 431 a.C., utilizou os recursos da Liga para reconstruir e embelezar a cidade. Ele promoveu a construção de grandes obras públicas - entre elas o magnífico Partenon, na Acrópole - e incentivou a criação artística. Sua intervenção foi tão rica que o período ficou conhecido como século de Péricles
Guerra do Peloponeso
As pólis não envolvidas na Liga de Delos formaram, sob hegemonia de Esparta, a Liga do Peloponeso, para se opor aos atenienses.
Em 431 a. C, Esparta e Atenas e seus respectivos aliados entraram em guerra. O conflito, que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso, expôs as feridas da falta de unidade entre as cidades-estado. Durante a guerra, Atenas foi atingida pela peste, que acometeu o próprio Péricles. Após vários anos de combates, Esparta recebeu ajuda dos persas e Atenas foi derrotada. A hegemonia de Esparta se deu após a vitória sobre a Liga de Delos.
Quando a guerra terminou, em 404 a.c., o mundo helênico estava bastante desestruturado. As décadas seguintes assistiram à hegemonia de Esparta e, depois, de Tebas. Mas as cidades-estado permaneceram enfraquecidas e desunidas, incapazes de fazer frente a uma nova ameaça externa, dessa vez do reino da Macedônia, que haviam passado por um processo de unificação e da constituição de um exército poderoso.
A Macedônia
A Macedônia ocupava um território da península Balcânica, ao norte da Grécia. Era uma rude sociedade rural, governada por uma monarquia dependente do apoio dos soldados e dos senhores de terra.
As cidades-estado ficaram enfraquecidas com a Guerra do Peloponeso, travada entre a Liga de Delos (liderada por Atenas) e a Liga do Peloponeso (liderada por Esparta), que resultou na desestruturação do mundo helênico. Com isso os macedônios tomaram a Grécia. A partir de 357 a.C,aproveitando-se da fragilidade das cidades-estado, o rei Filipe II envolveu-se nos conflitos políticos da Grécia. Em 338 a.c. as tropas macedônicas, lideradas pelo príncipe Alexandre, venceram os tebanos e os atenienses. Filipe II impôs a formação de uma liga pan-helênica, sob hegemonia da Macedônia.
Quando finalmente houve a unificação das cidades gregas, ela foi consegui da pelo invasor estrangeiro. Com a morte de Filipe Il, em 336 a.C., seu filho Alexandre conduziu tropas macedônicas e gregas em direção ao Oriente. Entre 334 a.c. e 327 a.C., o jovem rei conquistou a Pérsia, o Egito e boa parte da Ásia, chegando até a Índia.
Período  Helenística
A civilização helenística foi constituída após as conquistas de Alexandre Magno. Com domínios no Oriente, incentivou-se um intercâmbio cultural entre a cultura grega e a dos povos dominados. O resultado desse intercâmbio foi a formação da civilização helenística.
Portanto, a partir desse momento a Grécia não podia mais ser entendida como uma civilização com seus próprios valores, e sim como parte de uma realidade mais universalizada. Com os domínios no oriente, incentivou-se um intercâmbio entre a cultura grega e a dos povos dominados. Como resultado, a civilização helênica deu lugar à civilização helenística.
A morte prematura de Alexandre, em 323 a. c., aos 33 anos de idade, deixou incompleta essa grande síntese, mas certamente a Grécia, depois do domínio macedônico, tornou-se mais universal do que em qualquer outro tempo de sua história.
Com o desaparecimento de Alexandre, seu vasto império fragmentou-se entre seus generais. Formaram-se o reino da Macedônia, do qual fazia parte a Grécia; o reino dos Selêucidas, composto da Síria, da Ásia Menor e da Mesopotâmia; e o reino dos Ptolomeus, no Egito. Todos eles sucumbiram à expansão romana.
A divisão do império de Alexandre
A cultura grega funda o ocidente
Apesar da fragmentação política, os gregos desenvolveram uma sólida unidade cultural.
Alexandre da Macedônia expandiu essa cultura pelos territórios conquistados, helenizando-os, e os romanos a difundiram por toda a Europa, onde se fez berço da civilização ocidental.
A cultura grega como um dos berços da civilização ocidental
Os gregos adotaram uma concepção racional do Universo.
Estabeleceram o diálogo entre todos os ramos do conhecimento.
Desenvolveram um pensamento racional sobre o ser humano e a natureza e procuraram sistematizar cientificamente as descobertas da vida prática.
Além disso, criaram o teatro e desenvolveram formas literárias de arquitetura e de escultura que mais tarde seriam adotadas pelos romanos.
Religião
A religião era pan-helênica: os deuses eram cultuados por toda a Grécia, embora cada cidade fosse protegida por um deles. Zeus, o senhor do universo, e sua esposa, Hera, viviam no monte Olimpo, ao lado de Apelo, protetor das artes, Poseidon, senhor dos mares, Atena, da sabedoria, Deméter, da agricultura, Ártemis, da caça, Afrodite, da beleza, Hefesto, da metalurgia, Ares, senhor da guerra, e outros.
Os deuses, criados à semelhança dos homens, possuíam suas paixões e fraquezas.
Havia também os heróis, considerados filhos de deuses com mortais.
Das lendas sobre deuses e heróis constituíram-se os mitos, que narravam as origens de todas as coisas com base nas lutas e alianças entre as divindades e os homens.
Monte Olimpo
Literatura
Inicialmente foi representada pela narração épica. A Iliada e a Odisseia, textos atribuídos a Homero, expressaram essa forma literária.
Hesíodo escreveu Teogônia, referente aos mitos divinos, e Os trabalhos e os dias, sobre a vida no campo.
Depois surgiu a elegia, que refletia sobre as desilusões amorosas ou a perda de prestígio por meio de versos escritos para serem declamados.
No século V a.C. apareceu a poesia lírica, cantada com acompanhamento da lira. Píndaro de Tebas foi o destaque desse gênero.
Teatro
Nascido como atividade religiosa em honra ao deus Dionísio, relacionado à produção da uva e ao vinho, o teatro logo ganhou autonomia.
As duas modalidades que gozaram de maior prestígio na Grécia foram a tragédia e a comédia. O gênero da tragédia dedicava-se a representar grandes homens e seus dramas morais, nas obras de Ésquilo (c. 525 a 456 a.C.), Sófocles (c. 496 a 406 a.C.) e Eurípides (c. 484 a 406 a.C). A comédia representava a vida e os dilemas de homens comuns; seu grande representante foi Aristófanes (445 a.c. a 386 a.C.).
Escultura
O período clássico assistiu a grandes realizações nesse campo. Fídias (490 a 430 a.C) foi o mais importante escultor de Atenas durante o governo de Péricles. Ele executou as esculturas para adornar o Partenon, templo em honra à deusa Atena, destruído pelos persas e reconstruído por Péricles em 447 a.c.
Arquitetura
Entre os vários estilos arquitetônicos, o dórico era o mais popular e o mais sóbrio, apresentando colunas mais sólidas; o Partenon, no conjunto, foi uma construção em estilo dórico. O jônico era o mais elegante e gracioso, e o coríntio, que surgiu na época helenística, o mais ornamentado.
Os jogos Olímpicos
Olímpia localizava-se no Peloponeso e, provavelmente a partir de 776 a.C., sediou os jogos em homenagem a Zeus. Nessas ocasiões, as guerras eram interrompidas, e a cidade recebia visitantes de todo o mundo grego para as competições físicas e as atividades artísticas. Inicialmente houve apenas uma prova física, a corrida a pé. Com o tempo, novas modalidades foram incluídas.